Toc toc toc - Ecos do Além (2023)




Toc toc toc - Ecos do Além (2023)

Dir.: Samuel Bodin


Toc… toc… toc… Quem é? É a Polícia Federal! Não consegui resistir a fazer essa piada e relembrar desse momento icônico no parlamento brasileiro. Mas agora falando da película da Paris Filmes, pode ser um caso de polícia, dependendo do que você faria se ouvisse um barulho estranho no seu quarto à noite.

Fomos assistir, a convite da Espaço Z, ao novo filme de terror que estreia no dia 31/08/2023. A primeira surpresa foi ver o nome de Seth Rogen como produtor do longa, sendo a primeira vez que produz um filme do gênero. Não sei se foi uma boa escolha, apesar de ter me tirado umas risadas com as bizarrices do roteiro.

A história segue Peter (Woody Norman), um garoto de 8 anos, que vive com os pais numa casa decrépita em uma vizinhança genérica. O menino sofre bullying da forma mais tradicional, com bolinhas de papel e frases do tipo: "vou te pegar na hora do recreio". Durante à noite, começa a ouvir batidas nas paredes de seu quarto e não consegue fazer seus pais acreditarem que algo assustador está acontecendo.

Não querendo dizer que o roteiro seja simples, mas quem já assistiu vários filmes de terror entende logo cedo aonde esse enredo vai te levar. É um grande requentado de vários filmes de terror com belos sustos e efeitos sonoros bem plásticos. Os toc-toc-tocs na parede do quarto ressoam nos ouvidos e na sala do cinema. No entanto, o filme não te leva tão longe.

As atuações tétricas dos pais de Peter são quase constrangedoras. Antony Starr é o mesmo Homelander com o olhar sombrio e mandibular severa. Lizzy Caplan podia ser substituída por qualquer atriz e não consegue vender o papel de uma mãe desesperada ou aterrorizada. A cena do trailer em que ela corre assustada pela porta do quarto do filho é mais um resultado de efeitos de luz e maquiagem do que de atuação.

Não existe um grande herói na história. A criatura que habita a parede do quarto é bem assustadora e sanguinária, mas o filme não consegue passar o sentimento de perigo a que Peter está sujeito. Os pais se apresentam como uma ameaça maior e mais traumática do que qualquer coisa sobrenatural que possa existir na casa. Sendo do mesmo produtor de It - A coisa, esperava ver cenas em que os personagens infantis enfrentam perigos reais. Até traz situações em que o garoto revida ao terror que o domina, mas é ausente qualquer sentimento que te faça torcer pelo personagem. Talvez faça mais sentido torcer pela criatura na parede.

Então, quando a gente lembra de "kids in distress", como as crianças de Jurassic Park, Danny, de o Iluminado, ou até a própria Samara Morgan, de o Chamado, Peter não parece ser um personagem que se destaca nesse recorte, mas continuo desejando sorte e muita terapia para superar tantos traumas infantis.





Sousen

Colunista e diretor criativo da Oniiverse!


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