Velozes e Furiosos X

 Um filme tão Arcade que poderia muito bem ter saído para Dreamcast

Por Inácio Saldanha - Oniiverse Podcast





Semanas atrás vi um tweet de alguém sobre um problema na exibição onde dois trailers estavam sendo exibidos de forma sobreposta. Os trailers em questão eram dos filmes A Pequena Sereia e Transformers. A coisa era tão surreal, mas tão surreal que ficou bom. Se algo do tipo tivesse ocorrido com Velozes e Furiosos eu acredito que ninguém teria percebido isso como um erro. Na realidade talvez até rolasse algum processo se não houvessem Transformers interagindo com Vin Diesel em algum momento.

Participei ontem pela manhã da cabine de imprensa de Velozes e Furiosos X e posso dizer que foi uma experiência extremamente catártica para mim. No início do filme já somos apresentados ao que vai haver daqui pra frente: um filme freestyle. Um filme sem pretensões. Uma experiência de entretenimento puro e simples para que a gente não precise pensar muito. E isso é ótimo.

Esse é o filme mais Arcade que eu já assisti na vida. Um jogo de fliperama (como nós chamávamos aqui nos anos 90) não tem a menor pretensão de ter a profundidade de um JRPG ou a busca da simulação perfeita como um Gran Turismo. Em um fliperama a gente bota uma ficha, aperta start e só vai.

Podemos pensar, nessa analogia, que estivéssemos falando em jogos no estilo de corrida como Need for Speed, por exemplo. Poderia até ser uma boa comparação se utilizássemos o primeiro filme como parâmetro mas, aqui, a coisa tá quase como uma mistura de Crazy Taxi com requintes de Twisted Metal, com mais lembranças ao primeiro: só entra no carro e vai. Não pense muito. Vai!

A grande “primeira fase” do filme ocorre em Roma com uma série de explosões, batidas e, inclusive, ondas de choque. Após o seu término eletrizante vemos em uma reportagem   sobre os fatos ocorridos uma notícia mencionando o fato de que “não houveram mortes”. Gente, as pessoas milagrosamente escaparam de tudo (inclusive de uma bola de fogo), mas eu não estou assistindo um documentário. Estou assistindo um filme arcade com direito a uma bolinha em chamas de um fliperama.

Jason Momoa está levando seu papel tão a sério quanto eu estou escrevendo esse artigo. Ele, de fato, entendeu que esse é um filme arcade. E como os vilões caricatos do The House of the Dead ele não precisa se levar a sério. Melhor que não se leve. E isso é ótimo.

Houveram momentos em que esse filme me lembrou clássicos da franquia de filmes de James Bond, em especial 007 Contra o Foguete da Morte. Esconder uma nave dentro de uma capa de caiaque e usar vodka como combustível é a coisa que eu compro quando é o John Cena quem faz. Assim como o carro com bazucas e saltos.

Eu amo a breguice de ligar o turbo, vir uma câmera saindo do braço até o nitro do carro, carro derrubando helicóptero ou descendo de uma represa. Esse é um filme que eu estava precisando assistir. Um filme pra me deixar empolgado como quando eu tinha uns dez anos. Como o 007 (o mais arcade dos espiões), o Crazy Taxi ou até mesmo uma briga de ruazinha só pra te fazer passar o tempo de boa.

Determinada hora houve uma cena tão mentirosa, mas tão mentirosa que eu dei um tapa na perna do PV e gritei na sala “É ISSO QUE EU TÔ PRECISANDO!!!!”.

Fiquei com vontade de assistir os outros filmes depois desse.

E eu quero muito o Optimus Prime no próximo. Afinal de contas Diesel combina muito com caminhões.




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