TILL – A BUSCA POR JUSTIÇA
Antes de começar
minha crítica ao filme preciso comentar algo que permeia meus pensamentos desde
que assisti a obra.
Todo tipo de
preconceito é a expressão máxima das nossas limitações como sociedade, o atraso
que ela propõe é imensurável, mas de todas as formas de preconceito a que me
inflama mais, talvez, seja o racismo. Para o leitor desavisado devo dizer que
sou negro, apesar de ter ouvido a vida inteira que eu sou “branquinho”, mas
sempre tive essa alcunha como apenas uma forma velada de não admitir e se
orgulhar da própria cor. Devo trazer que sou uma pessoa sempre muito calma e
pacifista, ou tento ser, conflitos físicos são a última ou até mesmo, a
impensável forma de lidar com problemas, mas confesso também que de todas as
vezes que presenciei, li, ouvi ou sofri racismo, uma única frase ecoava em
minha mente, como um mantra elevado que fazia minha alma se encher de fúria e
dar razão ao autor da frase, o rapper Djonga
FOGO
NOS RACISTAS!
Agora vamos ao
filme,
Essa semana fomos
convidados pela Universal e espaço Z para assistirmos o filme TILL – A BUSCA POR JUSTIÇA.
O
filme conta a história de Mamie Till Mobley e a busca por justiça para seu
filho de 14 anos, Emmett Till que foi linchado até a morte como consequência de
apenas contráriar alguém branco, em 1955.
Aqui gostaria de dizer que a palavra que
vai traduzir bem o que achei do filme é, “choque”, ele te choca a todo momento,
seja no tratamento racista em que os negros são submetidos, seja na forma que a
sociedade age, no roteiro ousado, nas intepretações impecáveis e até mesmo na
direção de câmera. Como conseguiram traduzir sentimentos tão pessoais e
figurativos para a tela, te convidando não apenas a chorar, mas a viver a dor,
raiva e coragem da protagonista.
Ser mãe, negra, no mundo atual não é
fácil, nos anos 50 era pior ainda. O filme tenta mostrar que as barreiras que a
protagonista precisava enfrentar eram e são, uma luta muito maior do que nossas
vidas podem elucidar, que mesmo com a brutalidade e com a perda, precisava ser
forte, precisava lutar e ir atrás que nenhum filho de sua futura geração
sofresse com aquilo que o seu sofreu. Um trecho do filme me fez lembrar, o
ativista Galo de Luta falou em um
podcast “Ficarei feliz se meus netos
poderem colher o resultado da minha luta e militância”.
A história se baseia em uma história real
e pasmem, a lei anti-linchamento que foi pauta da vida real de Mamie Till Mobley
a partir do acontecido em 1955, só foi sancionada agora no ano de 2022.
Com grande elenco, destacando nomes como Whoppi
Goldberg no papel de Alma Carthan, Frankie Faison no papel de John
Carthan, mas o destaque de fato vai para a atuação de Danielle Deadwyler no papel
principal, dando um show em sua atuação, em todas as formas de te arrebatar
em seus sentimentos.
O filme estreia
agora no dia 9 de fevereiro em todo o Brasil, vale muito a pena conferir!
Paulo Victor (pv_onii)
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