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Ainda estou aqui, 2024

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Direção> Walter Salles Existe uma dificuldade geracional de imaginar como foram os tempos da Ditadura Militar aqui no nosso país. Por enquanto, ainda se fala deste tempo nos livros de História do Brasil. Um período que se encerrou formalmente em 1985 parece fugir da nossa memória como povo. E como isso simplesmente impede de seguirmos em frente… Nos EUA, revivem sem cansar os tempos da Guerra Fria ou do incidente que marcou o início da chamada Guerra ao Terror, nos filmes, nas séries, em livros. A memória do povo estadunidense está sempre sendo revivida, reanimada e exportada na indústria cultural do cinema de Hollywood. Na Europa, os horrores da 2. Guerra Mundial estão bem vivos e são sentidos pelas sociedades, com consequências visíveis e emplasturadas nas obras de arte, da pintura ao cinema. A cultura reflete a estrutura e a infraestrutura social, de maneira que é fácil evocar figuras como Hittler, Mussolini, Churchill, Stalin. Quantos filmes contando essas histórias já foram pre...

Wicked, 2024

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 Direção - Jon M. Chu Se os musicais têm a obrigação de serem mágicos, Wicked consegue ser fantasticamente esplendido e assombroso com tanta magia nas telas. Fazia tempo que não me sentia tão imerso na poltrona do cinema. A história de Wicked é conhecida pelos fãs de musicais da Broadway e do seriado Glee, dos idos dos anos 2010, naquele episódio em que a Rachel e o Kurt disputam quem consegue alcançar a highnote da canção Defying Gravity. Já assisti a Idina Menzel e a Kristin Chenoweth como Elphaba e Glinda dividindo os versos dessa canção icônica nos cortes do Youtube e estava entre os fãs de Ariana Grande ansiosos por ver a cantora nos cinemas vivendo um personagem brilhante, alegre e tão caricato.  E ela simplesmente arrasa. Não tem como não se surpreender com a abertura do filme, ouvindo a cantora usando sua voz de forma tão diferente de seus hits fonográficos. É maravilhoso assistir Ariana dançando e atuando, desde as cenas mais densas e emotivas, que, sim, me fizeram fa...

Quando eu Me Encontrar - crítica

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  Quando eu Me Encontrar trata a partida de uma filha, que deixou para trás sua mãe, sua irmã mais nova, seu noivo. Mas não a partida da morte, e sim, de ir embora. Dayane, do dia pra noite, resolve partir da vida monótona que levava.  E exatamente esses três personagens e seus entendimentos sobre essa situação é quem viram os protagonistas. É aquele típico filme produzido na sua cidade natal, e você agradece por isso, porque é como se tudo se encaixasse perfeitamente, não o enxergo sendo produzido em outra cidade que não seja Fortaleza, por exemplo.  O luto não é só a morte. As fases são as mesmas pra quem vai embora e deixa pessoas pra trás. Pessoas estas que não esperam por isso. Pessoas estas que não entendem de primeira. E aí, vamos para a primeira fase, negação. Antônio retratou bem essa. Indiretamente, Mari e Marluce também.  Aí, vamos para a raiva, Mari trouxe isso muito bem ao estar na festa, ao falar da irmã com os amigos na praia e no Parque Rio Branco....

Os Fantasmas AINDA se Divertem (Crítica)

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  Cômico, atual e...bom. (não ''bom de incrível, mas bom.) Acredito que alguns fãs dos filmes de Tim Burton, principalmente dos cinéfilos millenials, estavam com medo do segundo filme do cineasta.  Gostei? Gostei sim. Principalmente por eles não serem MALUCOS de trocarem alguns personagens do filme anterior, mas ao meu ver, algumas partes da história do filme ficaram meio...perdidas. (?) Alguns estudantes de jornalismo/publicidade provavelmente vão me entender agora. Sabe quando você está numa cadeira para desenvolver o documentário, e nesse documentário tem dois roteiros? O primeiro roteiro é o roteiro só de cenas, o segundo, é só da narrativa, aí seu professor solta a seguinte frase: é comum o roteiro terminar de uma forma diferente do que foi escrito e pensado no começo.  Essa foi a sensação que que eu tive. Primeiro, achei que a história ia se permear na ex-mulher do Besouro Suco.  Mas aí, veio a Lydia e sua filha, com mommy issues, só que não se aprofunda muito....

Planeta dos macacos - O reinado

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 A nova trilogia que dar início com esse primeiro filme, dentro dessa saga já consolidada “Planeta dos macacos” inicia-se muito bem, mas confesso que não atinge e nem tem de fato a pretenção de iniciar-se tão grandiosa como a última.  Aqui temos um novo protagonista, Noa, em outro tempo, gerações após a morte de César, onde todos seus conceitos e quem fora um dia quase se apagaram e se modificaram com o passar das gerações.  Assim sendo estamos em uma comunidade de macacos isolada, com costumes fortes e crenças baseadas na criação de aves (especificamente águias) porém a trama nos arrasta para o conflito, ao novo e a assim, após a destruição de sua vila e no sequestro de sua família, Noa se ver obrigado a encarar o mundo e descobrir em sua jornada que o mundo o reserva muitas contradições e conflitos externos e internos. O protagonista aqui também segue a mesma linha de não ser tão impactante e nem marcante como o anterior (César) e acredito que a tônica é a certa para ta...

O dublê

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  Literalmente Ryan Gosling    A nova obra de David Leitch traz a história de Colt Seavers, um dublê apaixonado por uma diretora de fotografia quando ele, em determinado filme, sofre um grave acidente. Por conta da vergonha e do sentimento de fracasso, ele decide desaparecer, ou pelo menos é o que ele tenta, já que ao ser encontrado e voltar ao meio, o protagonista agora tem que decifrar o desaparecimento do ator principal. Ele conta com suas habilidades e passa por várias situações até resolver o mistério. O ex-dublê, que mais tarde se tornou coordenador e hoje é diretor, Leitch estreou na co-direção com "John Wick" (2014), infelizmente não creditado na época. David também levou para as telonas filmes como "Atômica" (2017), "Deadpool 2" (2018), "Velozes e Furiosos: Hobbs and Shaw" (2019), entre outros. Será que o diretor conseguiu mais uma vez deixar sua marca nos filmes de ação ou acabou caindo em mais uma ação com comédia B?       ...

Duna: Parte Dois - Quero ver dormir agora

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   Duna: Parte dois, a nova obra de Denis Villeneuve baseada no romance de Frank Herbert finalmente chega às telas, pouco mais de dois anos após o primeiro filme da multimilionária franquia. Timothée Chalamet volta para o papel de Paul Atreides em sua jornada messiânica, agora mais próximo aos fremen, tendo de decidir entre seguir o caminho profetizado para ele ou seguir seu coração e o amor de Chani, vivida novamente por Zendaya. Em contrapartida, o exército da Casa Harkonnen intensifica cada vez mais a caça aos nativos de Arrakis e as minerações de especiarias abundantes no planeta desértico. Será que Duna: Parte Dois conseguiu seguir o sucesso de seu antecessor ou caiu no truque de apenas ser mais e maior?        Sem muita enrolação, Duna 2 é sim um filmão, não só pelas longas 2 horas e 46 minutos, mas também pela sua exímia qualidade técnica, personalidade e coragem. Um dos departamentos que logo encantam ao iniciar a obra é sua foto...